sábado, 12 de novembro de 2011

"A melhor das tardes é aquela em que passamos em casa sem muito o que fazer além de descansar."
A noite é mais confortável
No escuro não se vê cara
Não se tem noção de espaço
Nem de distância
As vozes são mais calmas
No crepúsculo a mente trabalha mais
Não se vê o corpo
Muito menos os defeitos.


Eu
O ser humano é ridículo
Por natureza
Coberto de concreto
Que gasta o líquido corporal
Molhando as bochechas por "amor"
Descrito em livros,
Escrito em poemas,
Encenado em filmes,
Deixado em beijos,
Que deveriam ser reinventados
Para quebrar a pedra
Que mora em minha alma,
Ridícula.





Eu
Limão com Sal
Uma doce travessura
Feita em cima do pé de manga
No encontro com os primos
Isso faz mal
Mas não se pode acreditar
Diante do sabor emocionante
Azedo e escondido
Que murcha os lábios
E estica uma risada.







Eu
Ontem brilhou
Minha estrela
Que eu apontei
Do meu céu
Na minha casa
Do meu mundo
Que eu escolhi.




Eu

Chá com leite

Olá Darlings, como estão?
O que estão achando de nosso chá? Torço para que agrade cada vez mais, e caso falte açúcar ou sobre, peço-lhes que me avise, ok? Estarei esperando anciosamente as sugestões!
Ultimamente tenho recebido bastante carinho de amigos aqui da internet pelo meu trabalho aqui no "Chá com Silêncio" e ganhei alguns presentes. Dentre eles, postarei aqui dois poemas que ganhei de pessoas muito importantes.
Sirvam-se!

 TEXTO NAO É TEXTO ESCRITO EM COLUNAS




Poesia
nao é texto
escrito em colunas.





Poesia nao é texto escrito em colunas.


AnahVic (Vitória ♥)

Tento respirar.
Tento sobreviver.
Parece exagero, parece superficial.
Um vácuo apodrecido.
Cheira mal, mas a casca ainda sorri e os urubus não sentem o odor.
Escorre a imundice pelo corpo inerte.
Cai no abismo onde jaz minha alma.
Você não vê, eu vejo.
Você desdenha, eu cuido.
Você humilha, eu aceito.
Você mata, eu morro.

Kelli Krause (blogs: PS e ACP)

Obrigado a todos pelo retorno e carinho do blog! Continuarei atualizando e servindo nosso chá semanalmente. Muito obrigado mesmo!



domingo, 6 de novembro de 2011

-fanfic- 幸せ 「Shiawase」


Darlings, como estão? Estou postando aqui minha primeira fanfic que escrevi há muito tempo, se chama "Shiawase" que significa Felicidade. É uma história bem simples e com um conteúdo bem simples, mas espero que ela possa embalar nosso chá, sirvam-se!
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Yokohama, 2010, 5º dia de verão; foi nesse dia em que passei a creditar no amor das pessoas. Quando somente uma palavra para mim, significou mais do que qualquer gesto de uma vida inteira. Meu nome é Miyasaki Ken, e estudo no 3º colegial do colégio Higashi. Por algum motivo não esclarecido, aquele dia seria o último dia de aula da semana, assim teríamos um dia a mais para descansar. Com o calor violento que fazia na sala, todos com olhares cansados e desanimados, com as testas brilhantes de suor, mesmo que fosse somente o começo da primeira aula, e mesmo que a sala fosse dotada de dois condicionadores de ar, ansiosamente Oda-sensei entra rapidamente na sala e nos dá a notícia de tal acontecimento, nosso repentino dia de folga, o qual mais tarde eu saberia o real motivo.
Todos receberam a noticia com muita felicidade e instantaneamente faziam planos de passeios e festas, como se fosse o começo das férias, que na verdade haviam terminado somente há poucos dias, e mesmo com o ar quente e seco, a notícia foi como uma injeção de ânimo. Depois daquilo a aula rendeu bastante. Chega a hora do almoço. Mas com toda euforia que estavam com aquela notícia, aparentemente ninguém saiu da sala, somente o líder que estranhamente sumia durante todo intervalo. Na verdade sempre quis saber o que ele fazia, parecia ser uma pessoa muito misteriosa, e não aparentava ser popular como a maioria dos representantes de classe. De certa forma eu o admirava.

Influenciado por todas as risadas e festejos dos companheiros de sala, eu comia vagarosamente meu almoço, o qual tinha preparado na noite passada, já que com todo calor que fazia ultimamente, não conseguia dormir bem, assim não sobrava tempo de manhã para me aprontar melhor. E seguido de leves sorrisos, comecei a planejar, assim como meus colegas de classe, algo para fazer no misterioso dia de folga. Porém ao contrário da maioria, eu não tinha ninguém relativamente mais íntimo para convidar, como pensava no momento, em ir à praia. Mesmo assim me virei de costas ao quadro e perguntei a uma antiga amiga do primário, Minami Okui, se ela gostaria de ir à praia no dia seguinte. Sarcasticamente ela me olhou, com os olhos reluzentes de maquiagem e a pele quase plástica, sorrindo e falou:
"Ken-kun, foi mal, mas não rola!! Meu namorado iria ficar com ciúmes e minhas amigas já programaram algo para nós."
Sorrindo, pedi desculpas e agradeci ao mesmo tempo, pensando que não foi tão ruim quanto imaginava, afinal não saberia se realmente me sentiria bem perto dela, pois tinha mudado radicalmente depois que sua mãe teve um bebê, assim nossa amizade foi enfraquecendo, até se resumir a um simples "oi" ao chegar à sala. Em mais uma tentativa frustrada meu olhos procuravam alguém que eu poderia ter mais intimidade. Quando finalmente pensava em ter achado, um aluno transferido de uma escola de Tokio, Masaki Kumai, que tentava conversar sobre comida comigo todo almoço, gritava euforicamente, "Vou para Kioto ver meus avós!". Naquele momento minhas esperanças tinham sido dizimadas, pois eram as únicas pessoas as quais, ainda que levemente, eu imaginava algum momento de amizade. Voltei a sentar em minha mesa, e terminei meu obentou, com um o mesmo leve sorriso no rosto, influenciado pela alegria que me cercava. Passaram-se as horas, até chegar o momento de voltar para casa.
O dia foi igual como os outros, tirando o fato de que o assíduo líder de sala ter voltado mais tarde de seu misterioso desaparecimento e ter esquecido os formais cumprimentos aos professores da segunda aula. Pensaria mais nisso se eu não tivesse parado o tempo quando de forma repentina, senti meus ombros serem tocados rudemente por colegas de sala se despedindo. E num simples "até semana que vem!" me vi sozinho novamente.  Um suspiro me embalou para o caminho de casa. Naquele dia tão quente, eu não vi mais nada em minha frente ao chegar em casa, somente um banho e uma cama.
Desde o primeiro colegial, passei a morar sozinho em Yokohama por opção própria. Depois que a mamãe se casou com outro homem e o papai mudou-se de cidade, não suportei mais o clima pesado em casa. Talvez não fosse totalmente real tal situação, mas decidi ser uma pessoa mais responsável. Morar sozinho tem suas vantagens, mas é uma prova árdua de força. Já em casa, fechei os olhos e deixei com que o cansaço me levasse. Na manhã seguinte acordei com meu celular tocando. Uma mensagem da mamãe havia chegado, e nela escrito: "Ken-chan, como está? A mamãe está indo viajar para o Hawaii esta semana com Pyun-chi~<3. Volto daqui a 2 semanas."; li o recado com os olhos ainda inchados de sono e nesse momento tive uma intensa vontade de jogar celular no chão e dar um grito que ecoasse por toda casa, porém tive a força de me segurar, ainda que indignado pela atitude da mamãe, já que desde que me mudei para Yokohama, ela nunca veio me visitar. Depois da separação com o papai, dedica todo seu tempo ao trabalho e ao preguiçoso marido dela, que ridiculamente o apelida de "Pyun-chi". Creio que foi meu maior motivo para sair de perto “dessa” família.
Levemente olhando para o nada me recordei de que aquele dia era o tão esperado dia de folga. Mesmo que sem saber o que fazer, e muito menos com quem fazer, resolvi me arrumar e sair um pouco. Como pretendia passar o dia todo fora, levei comida e uma mochila. O sol lá fora parecia mais brando, e o vento fresco me animava mais, por mais desanimado que eu estava queria esquecer tudo o que mais se passava em minha mente. Sem saber ao certo aonde ir, peguei minha bicicleta e saí pedalando a caminho do colégio, como de costume, sem um rumo definido. A sensação do vento no rosto ao fechar os olhos, era como se todos os problemas do mundo sumissem. Sinceramente, queria que aquele momento nunca mais acabasse. Despertei rapidamente de meu "mundo" ao ouvir um carro buzinando à minha frente, histericamente reclamando que eu o atrapalhava. Em um relance abri passagem e pensei que são nesses momentos em que vemos a realidade hipócrita em que vivemos. Quando me dei conta, estava de frente para a praia, então resolvi ficar por ali mesmo. Só tive de atravessar a rua e pisar na areia fria. Lá estava eu, no lugar em que queria estar, em um dia que deveria ser divertido e importante, mesmo que solitário não poderia reclamar. Estendi uma toalha e sentei-me, novamente num movimente lento, fechei os olhos e tentei parar de pensar no mundo à minha volta. O sol fazia com que o escuro dos meus olhos ficasse mais claro, até o momento em que uma sombra parou em minha frente. Ao abrir os olhos, estranhamente vejo uma pessoa, no momento em que eu achava ser o único naquele vazio lugar.
Com um olhar curioso a pessoa me pergunta: "Ken-kun? O que faz aqui? Hoje é dia de folga, não?" Parei o olhar por instantes, tentando reconhecer aquela voz já que os raios de sol o tapavam o rosto. Estranhamente, era quem eu nunca esperaria estar em um lugar como aquele, o presidente de sala, do 3º colegial, onde eu estudava. Como só o via de longe, não o reconheci à primeira vista e calmamente com um sorriso vergonhoso ele percebeu tal desvio de minha parte e se apresentou: "Ah...desculpe, sou eu, Takaki Okai, líder da sua turma.". Num salto levantei-me e o cumprimentei junto com um pedido de desculpas por não ter reconhecido, já que nunca imaginaria uma pessoa séria e centrada como ele num lugar vazio e calmo como a praia perto do colégio. Com várias perguntas na cabeça, só tive a coragem de dizer um simples "oi" e justificar o motivo por eu estar lá. De perto, seu rosto parecia menos sério e tenso, aparentava ser uma pessoa mais simples e delicada diferente da imagem que eu supria dele antes. Em segundos de silêncio foi-me feito um sincero pedido: "Posso sentar com você aqui?" Juntamente com um estranho medo, e uma vontade imensa de sorrir, ainda consegui responder, mesmo que gaguejando, algo positivo. Geralmente não sou uma pessoa muito nervosa, mas minha proximidade com uma alguém que mal conheço algo que não tenho há anos fez-me perder meu próprio equilíbrio diante do silêncio que voltava a nos cercar.
 Sinceramente eu não me lembrava mais como era estar tão perto de alguém não sendo em um momento obrigatoriamente social. Ainda preso pela timidez que despertava no momento, consegui coragem para por uma de minhas dúvidas para fora. Ainda olhando para o nada das ondas à minha frente, num só suspiro, falei: "O que você faz aqui?" Então em uma só gargalhada, a qual me tirava mais a imagem que eu tinha dele, respondeu com um grande sorriso no rosto: "Sentir a brisa do mar é algo que acalma mesmo não é? Ainda mais quando se está cansado da falsidade das pessoas... né?" Naquele momento, sem pensar em quase nada olhei assustado para Takaki-san, não sabendo o que responder afinal qual tipo de pessoa estaria sentada ao meu lado supostamente fazendo o mesmo que eu? Sem deixar o silêncio tomar conta da situação novamente, Takaki-san faz a mesma pergunta que fiz, me lembrando do que realmente acontecia, então respondi um pouco seco e com algo que eu mesmo não sabia até o momento: "He...? Precisei de um tempo para mim mesmo, gosto daqui..." E assim a passos lentos, porém delicados e de certa forma aconchegantes, nossa conversa se estendeu por longas horas, e apesar de ter sido um momento de pura coincidência, era algo que secretamente eu queria ter.
Algo que eu não fazia há um bom tempo também. A cada palavra fui conhecendo mais o sério e misterioso representante da sala B do terceiro colegial, minha própria classe, o qual eu alimentava uma imagem quase robótica, e fui descobrindo aos poucos, que eu era uma pessoa muito egoísta. Ainda com um sorriso no rosto, Takaki-san complementou depois de um tempo, minha pergunta inicial: “... realmente não tenho amigos, por isso gosto de vir aqui esquecer um pouco os aborrecimentos do dia a dia. Não gosto de usar minha autoridade para me tornar popular como os outros líderes fazem... acho que é por isso que todos me olham com olhares assustados.*hihi*... e de certa forma gosto disso, mas às vezes sinto falta de dividir meu almoço com alguém." Depois daquilo, descobri que por trás daquela cara fechada, séria e competente, morava uma pessoa simples e simpática, que por mais que a vida fosse cruel, fazia questão de aproveitar cada momento que o fazia feliz com um sorriso no rosto. Takaki-san é filho da diretora, então sentia um peso a mais estudando no mesmo colégio em que sua mãe trabalhava. Os misteriosos sumiços dele? Eram somente a hora do almoço na sala abandonada de música. Takaki-san não morava sozinho como eu, mas os pais dele só voltavam à noite, quando ele já estava dormindo. Senti-me um grande idiota ao contar meus motivos a ele. Realmente... um grade egoísta. Resolvemos comer o que eu havia levado e depois fomos andando o caminho de volta, um caminho que passei a ver de forma diferente, com passos bem lentos e paradas para rir de coisas aparentemente bobas. Quando nos demos conta, a noite chegava e nossas casas estariam próximas, e sem ter certeza de que aquele dia seria único e não voltaria mais vezes, não consegui dizer nada em especial, somente dei a ele uma porção de onigiri que haviam sobrado, como um singelo agradecimento, e com muito custo levantei a cabeça e agradeci pelo dia. Antes que eu me curvasse formalmente, senti um abraço apertado, que apesar de ter sido rápido, para mim foi como se o tempo parasse por completo. No momento fiquei assustado, mas sabia que eu estava feliz, afinal, eu tinha me esquecido de como era um abraço. Ainda sorrindo, só que dessa vez um pouco sem graça, Takaki-san se despediu com palavras que não irei esquecer tão cedo: "Ken-kun obrigado por hoje, foi mesmo muito divertido! Ficaria feliz, se nos tornássemos amigos. Boa noite!".
Assim viramos de costas um para o outro e seguimos nossos caminhos, ainda não sabendo como seria o próximo dia de aula. Naquela noite, antes de dormir, ainda recebi uma mensagem no celular, mas não era a mamãe como de praxe. Na mensagem só tinha uma palavra que fechou meus olhos, mas não meu sorriso... "Obrigado!". De mais um dia solitário, aquele misterioso dia de folga, se tornou o dia mais divertido que eu tive até então, as gargalhadas que eu havia dado foram como se eu conseguisse esquecer por completo todos meus problemas, e voltei vagarosamente a acreditar no amor das pessoas e, acima de tudo consegui chamar sem medo, alguém de amigo. Ao voltar às aulas normalmente, passei a almoçar com Takaki-san na sala de música, assim sem perceber, nossa amizade foi crescendo mais. Descobri que aquele estranho dia de folga, havia acontecido por um terremoto que ocorreu na cidade ao lado de Tokio, onde o pai do Takaki-san morava, e infelizmente havia morrido, foi nesse momento que liguei os fatos. Novamente me senti egoísta... Porém sabendo que eu me tornaria uma pessoa melhor. Por fim, sem muita certeza se eu seria um bom amigo, tomei coragem a me aproximar mais, e ser mais intimo do Takaki-san... Na verdade eu não tinha certeza de nada... mas uma única coisa engraçada dentro de mim me dava forças. Porém, acima de tudo a partir aquele dia na praia, diante da amizade do Takaki-san, eu havia descoberto algo que ainda insistia em se esconder... realmente eu era feliz!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Paixões extremas e repentinas
Começam em inesperados lugares
Inapropriadas épocas
Em corridas horas
Quando o outro não te vê
E você não quase
De canto de prateleira
Longe e escondido
Sem mencionar uma palavra
Apesar da vontade de tentar a sorte
Que só dura um mês
A cada estação.





Eu
"Se olhar a cortina balançando com o vento suave, conseguirá montar belos planos para o futuro."
  
"Aproveite dos mais sutis momentos sentado ao lado de quem ainda não notou seu carinho."
Sistematicamente aquilo parecia complicado
Eu via a fumaça subir
E os cubos de batatas lá no meio
Sinceramente era o que eu mais gostava
Primeiro uma colherada quase vazia
Mal tinha gosto!
Eu assopro então,
Cargas negativas se afastam
Não sei se isso ajuda...mas ajudou!
É um ritual que me aquece
Ela está sorrindo então?
Sinal de que fiz uma cara boa
De fato, só ela faz assim
E ainda me indaga
"Quer mais sopa?"
"Sim, dessa vez com pão."

Eu
Era como se não fosse nada
Mas o inconsciente ainda pedia um pouco de atenção
Em um momento egoísta
Acabou sendo ignorado
Dormiu...dormiu...
Só despertava em curtos períodos
E se tornavam cada vez mais curtos
A cada desilusão mal resolvida
Mas não morreria dormindo,
Pois ainda tinha o sonho de um despertar prolongado.

Eu
Se ainda existem árvores
É por medo e conforto
As pessoas preferem lajotas a folhas
Não respiram ar, só acham
A culpa é do escapamento do coletivo
Que solta fumaça e pessoas
Daquelas que preferem azulejos a flores
E que pensam que se ainda existem árvores
É por esperança.


Eu