domingo, 29 de dezembro de 2013

E se fosse tão fácil assim
Poucos teriam medo de pecar
Entre prantos e dramas comuns
Divindades esquartejam, incendeiam e acidentam
E não importa o momento ou o tempo
O julgo é pleno, embasado e comprovado
Por entre páginas vazias e lotadas dos sagrados roucos murmúrios
Manipulam a quarta e a quinta dimensão
Apertando os nós de quem se permite marionete
Atormentando os bonecos e semi-seres desta era palaciana
E é bem aqui que o corte acontece.






Eu

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Esqueci seu nome
Desculpe-me Mr. Jhonson
A luz que te iluminou
Não foi suficiente
Foi complicado, não foi?
Conhecer-me até aqui
Borboletas em meu estômago,
O mundo em meu estômago
Como se eu fosse o oceano
Então te esperarei mais um pouco
Enquanto esta bala adoçar meus dentes.

Eu
Somos todos sorvetes
Leite, aromatizantes, coloridos
Com sabor incerto
Duvidosos
Aliviamos o calor alheio
Sustentamos um frio constante
Na casquinha, preferimos
Adorados por crianças e casais apaixonados
Beiramos a perfeição
Mas no sol, derretemos.







Eu
Deixei a chuva cair em minha mão
Do telhado, só as sobras
Experimentei o cochilo da tarde
O mais profundo, incansável
Ouvi pessoas rindo do meu andar
Os mais fracos e insignificantes
Vi uma folha cair da árvore
Madura, amarela, à noite
Esse é o resumo de minha semana
Lenta, corriqueira
Preguiçosa.






Eu
Se eu fosse o vento
Deixaria mais árvores descabeladas
Esfriaria mais tortas de maçã
Deixaria mais vezes seu braço arrepiado
Colocaria mais pó na mobilia velha
Ficaria mais forte para que olhem à minha procura
Muitos me odiarem,
Alguns me amariam
Afinal, eu seria o vento
Irregular, desdobrável
Invisível...quieto,
Às vezes eu sou o vento.





Eu
Sou um robô
Preso em minha confortável caixa cósmica
Sentindo saudades
Sempre,
Esperando o anoitecer
Algum dia
Perder minhas rolagens
Me ame...?
Dois mundos
Um só rosto
Duas bochechas
Macias e geladas
Na cena do assassino
Algum dia
Serei um belo rapaz
Então me ame...

Eu
Esqueci na mesa da cozinha
Um pão dourado recheado com manteiga,
Margarina
E dizem que o recheio não importa
Saí para a rua
Poucos preferem a casca
Em cada passo agitado
Não acredito, além de dó e pose
O miolo é mais macio
Seria então preguiça
De forçar essa bela mandíbula?
Comprei uma caixa de leite
Indago
Então não nego o complemento derretido
Aquele velho renovado tom
Voltei,
Enchi o copo.
O pão?
Eu comi.


Eu